NO PRINCÍPIO ERA A MORTE
No princípio era o ZIGOTO, mas o zigoto logo morreu;
E veio o feto, porém este teve o mesmo destino: a morte;
E logo depois o bebê, que, sem mais delongas, MORREU;
Ainda tínhamos uma razoável "carta na manga": a criança. Esta ainda teve mais um pouco de tempo, e depois DESFALECEU;
Quem entra em cena agora é o pré-adolescente e logo em seguida o adolescente: mais uma década, e a MORTE REAPARECE;
Agora sim, vem o super-homem: o ADULTO. Este sim, parece ser imortal: e se passam várias décadas e ele ainda está lá. Até que algo começa a degringolar e o adulto, como todos os outros anteriores também MORRE;
Finalmente, ainda tínhamos a última "carta da manga": O VELHO. Este, último guerreiro, – a depender de cuidadores, avanços farmacológicos e muita sorte em não ter familiares pentelhando por perto – ainda se levanta com altivez (todavia só por algum tempo) diante do invencível destruidor que a tudo consume: A MORTE!
E por fim, a própria MORTE descobre QUE NEM ELA MESMA EXISTE!
E a INEXISTÊNCIA PAIRA POR SOBRE A IMENSIDÃO DO UNIVERSO...