A suicida
Nos olhos a última estrela brilha
Nas pálpebras cerradas, o adeus.
O cheiro de seu último cigarro
Pairou no ar
Aqueles que pensavam a conhecer
Surpreenderam-se com a cena.
Guinbas e guinbas de cigarros
Garrafas de vinhos e vodka
Centenas de comprimidos espalhados
Ao chão.
Nenhuma lágrima é derramada
Nenhum choro ecoa pelos cantos
O que percorre cada mente no momento
É aquela pergunta infame: porquê?
A pele quente se encontra fria
As mãos macias, agora, como concreto.
Não há tristeza aparente mas sim,
Uma indignação, talvez.
Não entendem, nem compreendem
Há perguntam silenciosamente:
Como? Quando? Porquê?
Com o passar rumores surgirão, asneiras
Mas nunca hão de saber o real motivo
Do acontecido.
Porque ninguém foi capaz
De enxergar sua mágoa.
Ninguém reparou nas olheiras
Que a insônia causou.
As manchas que vez ou outra
Surgiam em teu corpo.
Não notaram a alma pedindo socorro
Através do olhar,
Nem teu afastamento, aos poucos...
Com o passar rumores surgirão, asneiras
Mas nunca hão de saber o real motivo
Do acontecido.
Porque ninguém nunca foi capaz
De enxergar sua dor,
Ninguém nunca sequer perguntou
Como está por realmente se importar...
Ninguém nunca demonstrou a amar...
O que a fez questionar:
Se é o amor quem rege a vida,
E ninguém me ama, eu não a mereço.
Ninguém nunca entenderá o acontecido
Pois ninguém nunca tentou a entender...
Nem a escutar...
Ou a acolher.
As gargulas que guardavam sua vida,
Ruíram.
Os fantasmas venceram a guerra,
A luz ofuscou,
A escuridão a envolvel em teu manto
Inócuo e a arrastou ao abismo.
Nenhuma lágrima é derramada
Nenhum choro ecoa pelos cantos
O que percorre cada mente no momento
É aquela pergunta infame: porquê?
A pele quente se encontra fria
As mãos macias, agora, como concreto.
O rosto meigo cor de chocolate
Desbotado, como as flores que secaram.
Nos olhos a última estrela brilha
Nas pálpebras cerradas, o adeus.
O cheiro de seu último cigarro
Pairou no ar
Aqueles que pensavam a conhecer
Surpreenderam-se com a cena.