"O passado nunca está morto. Ele nem sequer é passado." William Faulkner

Cada vez mais, os mortos governarão os vivos, frase talhada na porta do hospital psiquiátrico que outrora fora um "leprosário". Mas que espécie de influência sobre o nosso presente e sobre a nossa vida é essa? Comte dizia que os mortos governam os vivos. Devemos entendê-lo metaforicamente, porque, de facto, não se trata de governo, nem sequer de gouvernail (leme). É mais o que a continuação deve a um começo que conosco recomeça. Nós e todas as coisas em tempos diferentes, mas os mesmos. Cronos, a personificação do Tempo, devora os filhos à nascença para, segundo a profecia, não ser por eles destronado, como ele destronou Uranos. Se somos "filhos" do que fomos, o mito traduz bem a situação, porque se podia dizer que "castrámos" o passado e o aprisionámos no Tártaro, e é em vão que "devoramos" o futuro, porque o haveremos de devolver com o emético de Zeus. 

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 21/11/2022
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