ESTAR ABERTO À CONTEMPLAÇÃO DA VERDADE

A física contemporânea já nos ensinou, como também algumas teorias filosóficas e psicológicas, que não conhecemos a realidade na sua plenitude, mas temos apenas uma percepção da mesma, ou seja, somos dotados unicamente de uma perspectiva do que seja o real na sua infinitude. O que faz toda diferença é a nossa humildade a respeito do que verdadeiramente sabemos e conhecemos. Podemos viver como se o nosso saber fosse tão amplo quanto os mistérios que pairam sobre o universo, decaindo num fechamento ante a singeleza da verdade, na qual só começa a reverberar em nossa alma com o reconhecimento de quem somos e com a nossa acolhida ao que é que nos faz ser. Ou então, o que é mais plausível, podemos reconhecer as nossas limitações, fazendo de nossa autoanálise belos e singelos questionamentos que nos abre à presença do real, sem que tenhamos a vã pretensão de querer esgotá-lo com a posse de especulações dotadas de uma linguagem abstrata e rebuscada. Antes, nos mantemos simplesmente abertos à contemplação da verdade que se manifesta nas situações mais singelas e clarividentes da existência ou no simbólico se revelando em meio aos acontecimentos marcantes de nossa vida em seu sopro, na sua avidez por florescer.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 19/11/2022
Reeditado em 19/11/2022
Código do texto: T7653580
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