ESTAR ABERTO À CONTEMPLAÇÃO DA VERDADE
A física contemporânea já nos ensinou, como também algumas teorias filosóficas e psicológicas, que não conhecemos a realidade na sua plenitude, mas temos apenas uma percepção da mesma, ou seja, somos dotados unicamente de uma perspectiva do que seja o real na sua infinitude. O que faz toda diferença é a nossa humildade a respeito do que verdadeiramente sabemos e conhecemos. Podemos viver como se o nosso saber fosse tão amplo quanto os mistérios que pairam sobre o universo, decaindo num fechamento ante a singeleza da verdade, na qual só começa a reverberar em nossa alma com o reconhecimento de quem somos e com a nossa acolhida ao que é que nos faz ser. Ou então, o que é mais plausível, podemos reconhecer as nossas limitações, fazendo de nossa autoanálise belos e singelos questionamentos que nos abre à presença do real, sem que tenhamos a vã pretensão de querer esgotá-lo com a posse de especulações dotadas de uma linguagem abstrata e rebuscada. Antes, nos mantemos simplesmente abertos à contemplação da verdade que se manifesta nas situações mais singelas e clarividentes da existência ou no simbólico se revelando em meio aos acontecimentos marcantes de nossa vida em seu sopro, na sua avidez por florescer.