A VIDA DA ALMA E DO ESPÍRITO

Será que precisamos de algum outro ser humano para dizer quem somos ou, o que é pior, para nos validar? Será que precisamos de certas definições sem qualquer pretensão de compreensão e humildade empática? Ou de uma ideologia que nos reduza a uma particularidade que se mostra através de algumas características estéticas e comportamentais? Se eu sei quem eu sou, nenhuma palavra alheia pode me esgotar. De fato, a minha realidade autêntica é o que se passa quando nenhum existente está próximo de mim com palavreados vazios e meras superficialidades. Se estamos firmados na Rocha, símbolo da integridade e do Self, quem poderá nos definir, a não ser nós mesmos, fazendo a experiência da verdade que alumia o nosso ser com a beleza de sua revelação? O autoconhecimento, essa lâmpada de discernimento profundo que integra uma confluência de várias faculdades, nos dá uma força de equilíbrio tão incrível, que conseguimos ficar a par de nossas fragilidades e de nossas capacidades ou dons, sem que outrem tenha o poder de nos reduzir a uma mera objetificação conceitual no seu esforço mais vulgar. Se somos constituídos de corpo, alma e espírito, dimensões que integram a nossa totalidade, nenhuma explicação reducionista pode ser a luz do conhecimento em face do sonho de transcendência e de eternidade repercutindo em casa célula de nosso corpo e em cada desejo profundo de nossa alma. Com a dimensão do sagrado e da espiritualidade no próprio DNA da vida, qualquer campo do saber só tem como único caminho a humildade no reconhecimento de sua pequenez diante da vastidão dos mistérios mais insondáveis que povoam o universo, por meio do qual a vida anímica lança suas fagulhas de imaginação.