BRINCAR DE VIVER

Mergulhado nos pensamentos, resolvi escrever, para poder visualizar o todo.

Comparando um relacionamento amoroso ao exercício do trabalho remunerado, algumas semelhanças me chamam atenção.

Quando se está desempregado, todo sentimento de dignidade está em alerta, então, "baixamos o fogo", como quando a "água do arroz" começa a secar para um cozimento melhor, com isso adequa-se com tranquilidade a situação.

Na relação, quando se está só, as exigências são muito "clichês", fidelidade, companheirismo, responsabilidade e um toque de romantismo.

Quando se encontra um emprego, não se pensa em nada, além de começar e dar o seu melhor.

Quando se encontra alguém, num primeiro instante, fecha-se os olhos e "como sempre deveria ser" e concentra-se nas qualidades da pessoa em questão.

Após três meses trabalhando, a repetição do mesmo valor, desperta algo em nós, sobre a questão de uma melhor condição de trabalho e remuneração.

O mesmo no relacionamento, ao fim das novidades, as qualidades começam a dar lugar aos "defeitos" ou incompatibilidades, e naturalmente se pensará, em como as coisas estão caminhando.

Com um ano, possivelmente a maioria, já estará totalmente adaptada e salvo alguns "sortudos", infeliz com o trabalho e suas atribuições.

Com um ano de relacionamento, as diferenças estarão muito latentes, e caso a relação tenha chegado até aqui, dois caminhos podem ser seguidos, uma certa acomodação e aceitação, ou "DRs" inacabáveis.

Não estou colocando ninguém numa caixa, e dizendo que todos possuem um padrão. A razão de escrever, é para salientar o processo de cobrança que vivemos e impomos, a necessidade de estarmos sempre melhor, nos tornando exigentes, a partir do momento que se galga mais um degrau. Entendo que isso é a "forma de se viver", apenas me pergunto, se as pessoas mais "acomodadas", não são mais felizes, se este eterno "desejar", não me leva a becos, de onde não encontro as saídas, então culpo tudo, e a todos por esta sensação de me sentir incompleto. Se fizessemos um senso, e o resultado hoje, fosse que 50% mais 1 das pessoas se sentem completos e felizes, entenderia que a questão levantada por estes que vos escreve, é fantasiosa e falsa. Costumo prestar atenção aos olhos de quem converso, e a impressão que tenho, é que, há mais tristezas que alegrias.

Mudei minha maneira de agir, pensar e sentir, me arrisquei a quebrar alguns paradigmas, e confesso que muitas vezes me sinto inseguro, mas hoje, sou mais feliz que antes do processo.

Talvez, por estarmos nos acostumando com "coisas" descartáveis, estejamos relaxando os sentidos e tornando "pessoas" em objetos descartáveis, e com o advento da "internet", que acelerou tudo, embora as árvores, continuam levando o mesmo tempo de antes para se tornarem fortes e frondosas, nos acostumamos a "pensar" que um relacionamento se dará ao mesmo tempo de uma mensagem de "Whatsapp".