Brincar rejuvenesce
Brincadeiras. Fazendo uma rápida viagem pela sua infância, que pode ter sido há uns bons cinquenta anos ou há bem breves quinze, quais são as primeiras memórias que surgem pela sua cabeça? Focando nos bons momentos. Naqueles que você mais sorriu. Daqueles que mais sente falta quando compara com a realidade da vida adulta. Quais são as primeiras lembranças? Temos grandes chances de responder a essa pergunta rememorando brincadeiras que tivemos com nossos pais, primos, irmãos e amigos de infância. Quando voltávamos para casa sujos de terra, às vezes com alguns machucados pelo corpo, ouvindo nossas mães um tanto irritadas – afinal, eram elas que ficavam boas horas de seus dias tentando remover aquela mancha do tecido branquinho. Mas valiam à pena, não é mesmo? Talvez você daria muitas coisas apenas para voltar àqueles dias tão tranquilos e serenos, quando a vida era apenas brincar, brincar e, se sobrasse mais um tempinho, brincar outra vez.
Só que a gente cresce. Enquanto crianças ficávamos ansiosos pela vida adulta, não é mesmo? Como se nela pudéssemos fazer qualquer coisa que quiséssemos e sorrir alegremente. Acontece que nos deparamos com a dura verdade: era na infância que realmente desfrutávamos de tantas liberdades porque, quando crescemos, a vergonha, a timidez e o receio do que é que vão pensar nos impedem de pular alegremente naquele monte de bolinhas coloridas, ou de simplesmente gritar animado por ter conseguido um ursinho naquele jogo nos parques de diversões. Crescemos. Perdemos a habilidade de brincar. E com ela, a liberdade de sermos quem somos, sorrir como quisermos.
“Não deixamos de brincar porque envelhecemos. Envelhecemos porque deixamos de brincar”. Foi George Shaw quem disse isso. E ele tem razão. Porque a brincadeira nos rejuvenesce. Já viu nossos queridos vovôs brincando com seus amados netinhos? Gargalham, choram de rir, rolam no chão de tanta diversão. Voltam a ser crianças. Sentem-se até mais dispostos. É como se a vida tornasse a ter aquela leveza dos nossos tempos infantes. Uma leveza que não precisava ser perdida. Desde que mantivéssemos dentro de nós a capacidade de brincar.
Mas eu sei. A vida é corrida. E como é! Quando nos damos conta o dia já acabou e as cobertas estão sendo estendidas sobre a cama para que possamos adormecer e recuperar as energias para o novo dia que vem aí. Então pode ser um tanto complicado reservar momentos para pura diversão em um parque cheio de opções, não é mesmo? Mas dentro de nossas casas temos todo um espaço que pode ser lúdico, interativo, só precisamos ser criativos.
E brincar com os nossos filhos é de extrema importância. Como benefício podemos citar a melhoria na qualidade de vida física. Sim, isso mesmo, a brincadeira pode fortalecer o nosso sistema imunológico! Mas para além de benefícios fisiológicos, digamos assim, brincar em família ajuda a fortalecer os laços, a construir relações mais saudáveis, e demonstrar que dentro daquelas quatro paredes há liberdade para sorrir, há liberdade para imaginar, há liberdade para ser como se deseja ser!
Além disso, no começo do texto quando fiz aquela pergunta sobre sua infância, provavelmente você trouxe aquelas memórias que são popularmente conhecidas como “afetivas”, não é verdade? As brincadeiras entre pais e filhos, por exemplo, promovem esse tipo de construção, proporciona o sentimento de pertencimento e promove a autoestima pelo simples fato de todos estarem se vendo naquele momento, compartilhando da vida, sorrindo ao mesmo tempo, validando um ao outro, valorizando aquela hora.
Use sua criatividade. O edredom pode servir de cabana enquanto as cadeiras podem servir de apoio e lá dentro da “caverninha” livros podem ser espalhados, jogos legais, um mundo de imaginações! A hora da refeição também pode servir como um momento lúdico, quando trocas são feitas e ainda ajuda a abrir o apetite daqueles pequenos que dão um verdadeiro trabalho na hora de comer. Tem celular aí? Aposto que sim. Coloque músicas, temos várias na internet. E vá dançar com os seus filhos, cantar com os seus sobrinhos, não precisamos de muito para ser feliz!
E sempre que tiver a oportunidade, reserve um momento para aquele delicioso passeio no parque, no shopping, no bosque da sua cidade! Faça um piquenique, leve uma bola, pergunte aos pequenos o que é que eles querem fazer naquela ensolarada tarde de sábado. A semana pode ter sido carregada, eu entendo. Mas seus filhos precisam disso. E você pode acabar recarregado para os desafios que ainda o aguardam.
Não se esqueça de que só envelhece quem perde sua criança interior.
E você pode aprender mais sobre os benefícios da brincadeira em família clicando aqui!
(Texto de @Amilton.Jnior)