A EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO

No “ovo cósmico” que deu origem ao Terceiro Princípio (nosso mundo), estavam contidas as sementes de tudo o que existe nos três reinos da Natureza. Essas sementes são rigorosamente individuais, imprimindo características específicas em tudo o que delas seja proveniente, inclusive, obviamente, os Seres Humanos. Essas características individuais estão potencializadas nas sementes, sendo que algumas se desenvolverão naturalmente e outras conforme os estímulos que lhe forem aplicados.

Com efeito, no que nos diz respeito, não podemos interferir nas nossas características físicas, por exemplo, mas podemos participar do desenvolvimento das nossas habilidades físicas e ou intelectuais, dependendo exclusivamente do nosso próprio interesse. Nesse sentido, vamos nos dedicar ao intelecto, no tocante à busca pelo conhecimento.

O ponto de partida na evolução cognitiva está nos estímulos maternos para que o bebê se alimente adequadamente, os quais ele passa rapidamente a associar a esta sua agradável necessidade primária. A seguir vêm os brinquedos, o andador, as palavras associando-se às pessoas, aos animais domésticos, aos objetos em geral, desenvolvendo-se a capacidade de comunicação, falar e entender, iniciando-se a seguir a vida escolar que pode percorrer da infância até o curso superior. Permeando toda essa trajetória, o Ser Humano participa do intenso relacionamento social, por onde ocorre o intercâmbio de experiências e conhecimentos entre as pessoas, que se inicia no lar e se estende por todos os lugares em que circula. Até aqui, estamos nos restringindo apenas aos conhecimentos racionais, os quais têm uma relação específica com o intelecto do Ser Humano, podendo ser transmitidos e recebidos sem maiores dificuldades, desde que entre pessoas de potencialidades mais ou menos equivalentes.

Mas, muitos indivíduos da espécie humana não são resignados a se manter nesses limites, e fazem indagações que extrapolam as fronteiras da racionalidade. Eles querem saber a sua própria origem e a de tudo o que existe à sua volta, em terra, nos oceanos e no espaço sideral. Além disso, eles querem entender o sentido da vida, saber por que, e o que estamos fazendo aqui e ainda para onde iremos, desde que haja uma sobrevida. Por fim, querem saber quem foi que projetou tudo isso ou se é obra do acaso, cujas perguntas o atormentam, pois ele não consegue encontrar as respostas.

Nessa encruzilhada está “encalhado” o Ser Humano que não admite a existência da esfera espiritual, que transcende a limitação da racionalidade Há mais de dois mil anos persistem as divergências entre a Theosophia e a Racionalidade e não há qualquer indício de que possa surgir um entendimento entre ambas, pois elas são quase que totalmente excludentes, não fosse a Theosophia condescendente com a aleivosa Racionalidade. O impasse reside na absoluta impossibilidade do acesso espontâneo da racionalidade à esfera espiritual, cujos conhecimentos ela não pode alcançar, mesmo que colocados diante dos seus olhos. Não fosse assim, ela já teria aprendido com os Profetas, com Cristo, e mais recentemente, com o Teósofo Jacob Boehme (1575-1624). Eis onde está o problema:

I Coríntios 2:14,15 – O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são absurdas; e não pode entendê-las, porque se compreendem espiritualmente. Mas aquele que é espiritual compreende todas as coisas, ao passo que ele mesmo não é compreendido por ninguém.

II Coríntios 3:14,15,16 – Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje, quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é retirado, pois somente em Cristo ele é removido. Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração deles. Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado.

João 15:16 – Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo quanto lhe pedirdes em meu nome.

“Eu vos escrevo estas coisas tendo em vista aqueles que vos querem enganar. E quanto a vós, a unção que dele recebestes mantém-se em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas, a unção que dele vem é verdadeira, não é mentira, e vos ensina a respeito de todas as coisas; permanecei nele assim como ela vos ensinou.” (1 João 2;26,27)

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 12/11/2022
Código do texto: T7648550
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