I-LXXI Jaezes de vida e morte

Tantas cruzes decorrem esta mente, mas nada a protege de julgar,

ainda assim se entristece, se faz por calar.

Se importa com o que querem, mas há dinheiro a se considerar,

que o natal dê-me oportunidade de me ausentar.

Há muito cobram-me provas,

estar entre o carinho que recebo e o anseio por adeus,

faz de mim incoerente com as razões que recebi de Deus.

Nada nos protege de julgar, vir por amizade ou por rancor voltar,

vivo um presente conciso atrás do futuro que irá me privilegiar.

Então faz de ti embora, pois se com outros terei que lidar,

ao menos sei que meu mal perdeu-se em seu lugar.

Que venham os próximos direto ao peito,

sem que cogitem ao meu amor causar algum sofrimento.

Amo-te vida que me trouxe cura após a ferida,

amo-te razão que faz minha vida ser vivida.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 12/11/2022
Reeditado em 04/01/2024
Código do texto: T7648296
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