Rupturas
Eu precisei deixar morrer essa vontade interna
que desejava ir até você e te contar coisas sobre mim,
sobre nós e a vida que tinha ali.
eu precisei romper com os desejos de partilhar
tudo com você, como era de costume.
ah, o costume, que delícia que é se acostumar com algo
e fazer disso um lugar de conforto.
que delícia é repousar em um peito e ficar,
deixar tudo se assentar.
eu precisei viver esse final e sair da minha zona de conforto,
e isso me doeu.
romper com os laços que construímos sempre dói, esse é o único caminho, assim eu percebi.
hoje deixei minhas emoções virem à tona, eu estava guardando muita coisa aqui dentro sobre como
me senti com essa ruptura, e hoje olhei para isso deixando muita coisa presa na garganta sair.
doeu e dói, depois dessas emoções virem para a superfície a lágrima saiu junto lavando tudo,
me sinto mais leve.
eu também vejo beleza nessas rupturas, vejo que ela também
pode ser bonita dependendo da lente que você usa para olhar para ela.
deixando ir essa parte de mim, deixando ir esse entrelaçar-se de almas
eu abri espaço para o novo.
vi e vivi tantas situações novas
que fizeram com que eu me conhecesse novamente, ou melhor,
fizeram com que eu deixasse sair de dentro para fora
aquela nova versão minha que em algum momento precisava surgir.
quantas vezes nós morremos e renascemos durante a vida?
esse movimento faz parte da ordem natural da vida, observe que são ciclos
e tudo a minha volta caminha dessa forma, não dá para querer impedir.
E que bom que não dá.
Esse pensamento me faz concluir momentaneamente que,
é necessário se envolver de maneira desapegada com tudo a minha volta.
Pois tudo está em constante movimento, vida é movimento.