Ampulheta

Ampulheta.⌛ ⏳

Escorrer e amontoar,  propósito singular, intransferível e constante da ampulheta.

  A "conta gotas" nela escorre  sementes do "belo, bom, e pacífico",   nao tardando   para abruptamente, interromper    a nostalgia  do "perfeito".

Ampulheta  não respeita  sentimentos, alegrias e  tristezas são partículas  da mesma areia.

Sendo  neutra e imparcial nos embates terreno,  quanto a hipocrisia inexpressiva,   fria as vaidades e às mesquinhez humana, ela trabalha com os "grãos de polaridade" sem atentar para as ideologias, a coerência e incoerência, as injustiças  dos homens, não lhe afeta, pois a balança não é uma de suas características e o seu gargalo não contém peneira e nele desce como registros tudo que é positivo  e tudo que é  negativo, "escorrer,  amontoar  e escorrer", este  imperceptível, ininterrupto e cansativo fluir, trás sempre um "fim" e do fim um novo  começo, no escorrer concede oportunismo    e no amontoar fatalismo.

Do   oportunismo   concede  falsa ilusão de perfeição, pois na gênes  das sementes estão  a tríade do "belo, bom e pacífico",  na   existência  dos seres emotivos,  esta perspectiva do real   que define o tempo, sendo assim a percepção da  descida da  areia do fatalismo é acelerada,    formando um monte de incongruência  que se não fosse o recipiente de vidro ao redor  com apenas uma brisa tudo seria  soprado  para o abismo  infinito do esquecimento.

justo ou injusto, tudo que se fez se fará novamente,  com  nuances insignificantes.   As

imagens, ofuscadas, embaçadas pelas oscilações, sempre terá a  mesma essência criativa, dualistica e adversa.

Ordem e caos, uma  desconexão inseparável que escorre pelo vértice,  ajuntando, chacoalhando  e espalhando, elevando  e abatendo, formando e deformando, Iniciando e   concluindo ciclicamente e infinitamente dentro deste cônico "ouroboros" de vidro.

"O que era,  voltará a  ser, o que foi, será",  a metamorfose é irrelevante pois , as sementes  primevas  sempre resultará   neste  dualismo,  é na revolta do oposto  que  da sentido para o novo, e o novo sempre será o pivô  antagonista.

Ela continuará este ciclo, até que as mãos do arquiteto  lhe canse de virar. E   todas as  histórias, realizações, frustrações  se confundirá neste  amontoado de pó estagnado.