Fama
As vezes vemos os artistas falarem que não gostam da fama. Deve ser. Difícil é acreditar que não trabalharam para tal. É um jogo estranho, e talvez, interessante. Há outros que dizem que a fama é uma coisa boa, e, ao mesmo tempo, trabalham por ela. Há ainda aqueles que não querem e não buscam a fama. Esses últimos, apesar de dizer não desejá-la. em segredo, tem medo de tornar-se o próprio movimento.
Não por acaso, somos santos. Purificamo-nos numa forma de ser, e, na representatividade desse ser é que o Deus nasce. É bom que se diga, tão perto de nascer um Deus, o cultivo da simplicidade está dado. Um dia é um artista tomado de si, noutro dia é um homem comum, noutro mais ainda, aquele que nem sabe que é mas, que procura um modelo na escuridão.
Tão escuro quanto a si e as ideias que perambulam diante do nada, surge o modelo para confortar a perseguição. Sem o modelo, tenebrosa são as ideias, sem sustentação, caem em completa obscuridade. O simples é o passaporte. Todos desejam comprar esse valor. Tão logo desejemos comprar o valor da simplicidade, cabe-nos esse saber ridículo, que nos conduz ao interesse eterno.
Talvez fosse melhor ser simples sem saber por quais motivos, mas não é o que acontece. A moeda é tão clara quanto a agua dos rios e a própria vida. Caso não tenhamos a vida eterna em jogo, no caminho, uns trocados, a vida boa não é de toda mal. Para além dessa compreensão, pagamos os tributos a quem surge, e por isso, a crença na vida eterna tem grande valor.
Não é atoa que os tributos valem a pena. Todos pagam, pela certeza da sua ignorância. É direito saber também que, esses tributos não são pagos pelos adoradores dos artistas apenas mas, pelos próprios artistas, crentes que são do processo, depositam na primeira mística que conseguem perceber intenção.