Encruzilhada XII

Santa maria mãe de deus, que não sofras pelo olhar de seus filhos

A jogarem ao fogo toda a censura daqueles que morreram em sua dor

Nada me tira a dor de quando apunhalaram a minha musa

Tantos dias sofrendo nas mãos daquele homem…

Amor é algo que não mata

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Minha amada vênus, perdoe os atos daquele tirano

Aprendi que nada mudará enquanto não balançarem as bandeiras

Rezarei pela igreja, pois as suas leis não me favorecem

Irei chorar mais um dia, pois tiraram de mim a minha musa

A todas as mulheres que dediquei meus versos, trago esta cruzada

Houve orações pela alma daquela moça

Que foi morta por demonstração de amor

Tua família manteve a ela uma esperança

Que a justiça sinta um pouco daquela dor

Um tributo a Selene são meus puros versos

Pois assim como ela esse poema também possui quatro fases

E talvez a lua não precise do olhar de hélio

Pois ela se desculpou depois de declarar sua voz

Talvez todas essas pílulas sejam revoltantes

Essa pele macia e frágil, que faria o tal caldo

Mas para oferecer a todos os homens um cálice

Pois esse momento não é de sua alcunha

Oferecer-me teu cálice, mas privar-me de seu vinho

Ferir-me com a lâmina que preparei teu alimento

Devolver-me aos braços da grande mãe

Mas a multidão jamais irá se calar…

Houve um tributo a todos aqueles versos

Desde aquela menção a mãe, até o grito de outra página

Aquele eco persiste após aquelas pedras

Pois só restava afogar as mágoas com vinho

Ela não se sentiu incomodada quando banalizaram sua reputação

Mas quem sabe devesse se arrumar mais para não ser trocada

Pois eu não sinto nada, em relação a tua revolta

Como lilith que teve seu julgamento por querer se igualar a adão

Pregarei além de revolta, pois também darei amor

E que vendam meu corpo a esses porcos

Mas lembrem-se que eram essas bruxas que encontraram a cura

A mesma que hoje tua igreja vende aos teus fiéis seguidores

Houve revolta naquela marcha de cinquenta e um

Houve revolta naquele movimento que usaram rosa

Houve um motivo para existir aquela investigação

Houve um motivo para rasgar os espartilhos

Existe um pequeno vestígio de empatia naquele homem

Aquele que após o crime ascendeu teu fumo

Talvez aquela brasa fosse apenas para acalmar teu pecado

Pois feito caim, ele condenou aquel’a que o abraçou

Santa vitória tomou trauma de cobras

E também de homens segundo os dados

Os mesmos que jogaram sua vida naquela caçamba

Onde também largaram rosas…

Dou um tributo a todo silêncio…

Que dentre todos esses defensores de moral

Sou apenas um mero monstro chorão

Que deixou cair a rosa junto ao chapéu

Era vinho derramado naquele carpete

Não era o mesmo que encontrava no céu de minha boca

Pois de censuras já basta o cálice

A mulher do culto de dionísio não era meretriz

Peço perdão ao eco vadio de minha voz

Pois meu eu lírico sangrava junto a cada fase da lua

Peço perdão por não ter dito antes que te amava

Pois meu eu não imaginava que terminaria assim…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 09/11/2022
Código do texto: T7646040
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