Bibelôs

Quem sou, senão poeira aos ventos do acaso?

Que tenho, senão tudo o que todo mundo tem?

Especial é o que é eterno, que eternidade habita em mim?

Tal folha caindo num segundo ilusoriamente interminável

São meus anos, ilusoriamente longos

Até que o tempo se aproxima como um tapa inesperado, indesejado

Pra me lembrar que eu, você, nós

Não passamos de uma grande brincadeira do destino

Ou bibelôs na prateleira de Deus

Esperando a queda, a quebra, os cacos

Para enfim dormir o sono mais duradouro do universo

Lidia Lorena
Enviado por Lidia Lorena em 07/11/2022
Reeditado em 08/11/2022
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