Bibelôs
Quem sou, senão poeira aos ventos do acaso?
Que tenho, senão tudo o que todo mundo tem?
Especial é o que é eterno, que eternidade habita em mim?
Tal folha caindo num segundo ilusoriamente interminável
São meus anos, ilusoriamente longos
Até que o tempo se aproxima como um tapa inesperado, indesejado
Pra me lembrar que eu, você, nós
Não passamos de uma grande brincadeira do destino
Ou bibelôs na prateleira de Deus
Esperando a queda, a quebra, os cacos
Para enfim dormir o sono mais duradouro do universo