Bichinho Acuado

De tanto me importar com o que todo mundo pensa

Perdi o fio da meada das minhas próprias decisões

Esse medo de ser consumida por línguas tão extensas

Me fez cair no abismo das mais fúteis comparações

Medo esse que desgasta o meu ser, já saturado

Dessa novela social, sem roteiro, sem enredo

Quando foi que eu me tornei esse bichinho acuado?

Quando foi que decidi entornar esse veneno?

Por que diabos toda a gente fecha os olhos aos seus erros

Mas os abre, ferozmente, a fim de apontar o dedo?

O que importa, ou deveria, fazer toda a diferença

Não é o dedo que aponta em nossa própria consciência?

Lidia Lorena
Enviado por Lidia Lorena em 07/11/2022
Reeditado em 07/11/2022
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