Bichinho Acuado
De tanto me importar com o que todo mundo pensa
Perdi o fio da meada das minhas próprias decisões
Esse medo de ser consumida por línguas tão extensas
Me fez cair no abismo das mais fúteis comparações
Medo esse que desgasta o meu ser, já saturado
Dessa novela social, sem roteiro, sem enredo
Quando foi que eu me tornei esse bichinho acuado?
Quando foi que decidi entornar esse veneno?
Por que diabos toda a gente fecha os olhos aos seus erros
Mas os abre, ferozmente, a fim de apontar o dedo?
O que importa, ou deveria, fazer toda a diferença
Não é o dedo que aponta em nossa própria consciência?