ENCONTRO COM A FONTE DE ESPERANÇA
Se prestarmos atenção em quem somos em profundidade e lucidez, descobrimos diversas dualidades e ambivalências que integram a nossa alma e constituem o nosso ser. Quando conseguimos nos dar conta de que nem sempre somos bons, de que somos imperfeitos até mesmo em nossas qualidades de caráter; de que estamos, portanto, sujeitos a cometer faltas contra nós mesmos e contra o nosso próximo, despertamos para a verdade mais inexorável de nossa existência, ou seja, para a verdade de que somos seres finitos e limitados; mas que, paradoxalmente, somos dotados do desejo de resgatar o brilho de sermos a imagem e semelhança de Deus, de sermos co-herdeiros de uma filiação, especialmente quando nutrimos a sinceridade de integrar e de constelar certas qualidades divinas em nosso ser e que vai imediatamente refletir em nossa prática de vida. Ao mesmo tempo que nos damos conta de nossa evanescência e da escuridão que entorpece a nossa alma, temos ao nosso alcance a luz da verdade (aletheia) que, além de nos tirar da letargia do engano e do esquecimento de nossa essência e princípios (arché), nos refulge de esperança a fim de recuperarmos a dignidade de nossa verdadeira humanidade.