O prazer, a dor, a arte, as virtudes e o Brasil
Os seres irracionais se orientam basicamente pelo prazer e pela dor. Eles buscam o prazer e evitam a dor.
Dessa forma, humanos que se comportam como seres irracionais são incapazes de desenvolver a arte e as virtudes, porque isso implica em abrir mão dos prazeres e em muitos casos suportar a dor.
A busca pelo conhecimento é uma arte de certa forma, porque exige atenção e dedicação aos detalhes, tanto imateriais quanto materiais.
Há os que veem como “arte” o ato de se jogar uma lata de tinta em uma tela, mas isso não é arte verdadeira.
A arte de se viver, se conhecer e conhecer o mundo não consiste em ficar “jogando latas de tinta em telas”.
Aristóteles disse: “Ora, cada qual julga bem as coisas que conhece, e dessas coisas é ele bom juiz. Assim, o homem que foi instruído a respeito de um assunto é bom juiz nesse assunto, e o homem que recebeu instrução sobre todas as coisas é bom juiz em geral. Por isso, um jovem não é bom ouvinte de preleções sobre a ciência política. Com efeito, ele não tem experiência dos fatos da vida, e é em torno destes que giram as nossas discussões; além disso, como tende a seguir as suas paixões, tal estudo lhe será vão e improfícuo, pois o fim que se tem em vista não é o conhecimento, mas a ação. E não faz diferença que seja jovem em anos ou no caráter; o defeito não depende da idade, mas do modo de viver e de seguir um após outro cada objetivo que lhe depara a paixão. A tais pessoas, como aos incontinentes, a ciência não traz proveito algum; mas aos que desejam e agem de acordo com um princípio racional o conhecimento desses assuntos fará grande vantagem.”.
Destacando no pensamento de Aristóteles que o “jovem em anos ou no caráter” não tira proveito da ciência porque “tende a seguir as suas paixões”, talvez possamos explicar porque o Brasil não produz inovações tecnológicas, arte em suas várias formas e muito poucas pessoas virtuosas que possam ser vistas com destaque em outros países.
Somos um país que caminha como um bêbado, ora tropeçando, ora caindo em poças d’ água e cujo destino ficará eternamente “nas mãos de Deus”.