NCC - Não conte comigo.

Quando obedecemos a obrigação de votar, nos dirigimos à urna e damos nosso voto para um candidato qualquer, duas possibilidades acompanham esta violação da nossa vontade.

Uma: o nosso preferido foi também o mais votado e juntos vencemos a eleição.

A outra: escolhemos o pleiteante que foi rejeitado e saímos derrotado.

Independente do resultado, quando cumprimos esta exigência, demonstramos com nosso gesto que estamos de acordo e satisfeitos com tudo o que fazem os políticos, e entregamos carta branca aos novos eleitos, sejam eles os nossos preferidos ou não, para que dêem continuidade ao processo democrático, caso contrário não teríamos arriscado o voto vencido.

Eu não estou satisfeito com o que os políticos têm feito, pra começar, sou contra a imoralidade no gasto público do nosso dinheiro, sou contrário aos salários exorbitantes para qualquer categoria, discordo de toda ordem de ajuda de custo para quem quer que seja, não admito fundo eleitoral, abomino orçamento secreto, renego a participação do ficha suja no pleito, considero ilícito o enriquecimento pessoal às custas do nosso dinheiro, acho uma covardia a diminuição no valor da aposentadoria dos beneficiários do inss, penso que o condenado em segunda instância automaticamente já deve ir preso, considero a corrupção um crime execrável, a rachadinha um delito deliberado e além disso extremamente doloso, não aceito o voto obrigatório por violar a nossa vontade...

Dito isso, e para não ser conivente com essa farra de crimes hediondos, só posso admitir uma opção diante do sufrágio do qual sou obrigado a participar, anular meu voto para ajudar a desmoralizar este processo carcomido, viciado, desprezível... única possibilidade de fazer valer a minha vontade.

Não dá mais para aturar tamanho roubo, tanta indignidade, essa miserável vilania que se apodera do nosso dinheiro de forma tão descarada.

Chega desta desprezível cachorrada. Chega!