Ah, minha jovem Democracia...
Chegaste há tão pouco tempo.
E já tão maltratada, cambaleias!
Para sobreviver
Neste Mundo Enfermo.
O terror, novamente plantado,
No peito do povo se instala.
As calçadas, manchadas de gente,
E a fila de corpos vivos a caminhar.
Marcham lentamente, na dança da fome,
Buscando restos para se alimentar,
As borboletas do estômago aflito.
Soldados marcham...
Cheiro de pólvora inunda o ar.
Erguem bandeiras encharcadas
De sangue derramado,
Gritando que vermelha é a bandeira
Do lado de lá.
E aqui, do lado de cá,
Toda guerra se aquieta,
Pois, afinal, se silencia
A voz do povo que treme de fome,
Incapaz de clamar.