Imortal

O poeta sem sua musa não morre,

faz das lágrimas palavras bonitas e do vazio

seu papel mais branco,

reinventa o desejo,

queima de amor pela natureza,

derrete-se pela Lua e olha novamente para as estrelas,

mas não morre.

A musa, por sua vez, é fadada ao insucesso.

Não ouve sobre a beleza de seus cabelos, seus olhos brilhantes e envolventes tornam à normalidade.

Seus sorrisos são belos, apenas, e não tão estonteantes e viciosos como antes,

seus lábios perdem o sabor do manjar dos deuses e sua alma não colore mais.

A musa deixa de ouvir o quão inteligente e divertida, sagaz e singular é, e cai na monotonia de um assobio grosseiro e um olhar devorador.

O poeta, sem ela, não desaparece.

É imortal.

Instagram: @7ucas.rc

Lucas Rodrigues do Carmo
Enviado por Lucas Rodrigues do Carmo em 25/10/2022
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