Imortal
O poeta sem sua musa não morre,
faz das lágrimas palavras bonitas e do vazio
seu papel mais branco,
reinventa o desejo,
queima de amor pela natureza,
derrete-se pela Lua e olha novamente para as estrelas,
mas não morre.
A musa, por sua vez, é fadada ao insucesso.
Não ouve sobre a beleza de seus cabelos, seus olhos brilhantes e envolventes tornam à normalidade.
Seus sorrisos são belos, apenas, e não tão estonteantes e viciosos como antes,
seus lábios perdem o sabor do manjar dos deuses e sua alma não colore mais.
A musa deixa de ouvir o quão inteligente e divertida, sagaz e singular é, e cai na monotonia de um assobio grosseiro e um olhar devorador.
O poeta, sem ela, não desaparece.
É imortal.
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