Crise Existencial

Olá meu novo eu, como você se sente sendo completamente bem sucedido em diversas partes da sua vida? Como se sente tendo flashbacks de momentos que já se passaram e talvez nem voltem mais, e como é viver em looping certas atitudes que te fazem chorar no canto de uma sala escura e pensar se você está vivendo direito? Eu mesmo não sei te explicar como eu posso passar por isso tantas vezes.

É um nódulo ruim na garganta, é uma escuridão em meus pensamentos onde eu vou andando e encontrando meus pequenos traumas, que vão se unindo e transformando-se em um pesadelo. Minha boca fica seca, eu seguro o choro e vejo o corpo deitado do meu lado que não parece ser quem eu conheci, levanto em meio da madrugada e no cantinho eu choro um pouco e tento voltar meu corpo ansioso ao normal, tudo treme, minha boca gela e talvez esteja frio demais aqui.

Eu sei que eu poderia me jogar agora do décimo terceiro andar, como sei que as passagens e hotéis pagos não farão mais sentido sem minha presença, eu lembro da luta, lembro das dores que foram chegar até aqui e persisto para largar o ferro da sacada e volto para o tapete felpudo e levanto o volume de uma canção que não sei a letra, mas a melodia me comove e me faz flutuar.

Eu desejo tanto ter certeza das coisas, desejo saber que posso confiar nas pessoas novamente e ser aceito por ser quem sou, mas sempre eu vou falhando e moldando minhas atitudes perante aos castigos que vou levando como uma criança, se eu erro eu tenho que aceitar afastamentos, olhares e até mesmo falas que ferem mais do que os significados que tentei antes interpretar, mas queima como um bom whisky mas não há alivio final.

Respiro alto, meu coração acelera, sinto como se minha mãe estivesse me vendo e dizendo as piores coisas que eu pude imaginar, ela avisou, ela tentou, ela me aprisionou e eu me mantive rebelde para quebrar sobre juramento de liberdade.

É tentativa, é ódio, é a irrealidade.

Eu sou um homem adulto agora.

Eu sou quem devo ser, mas talvez não tenha descoberto tudo de uma vez, mas tá difícil errar, entender como a ansiedade me leva pra longe e me desafiar cada vez mais.

Não tenho mais forças e só queria descansar e saber que não preciso mais lidar com nada.

Sinto muito por tentar desistir, mas sei que no final eu persisto por ser teimoso e penso novamente por continuar errando.

E errar é horrível, errar nos faz humano, eu queria ser um Deus.

Eu queria me adorar e ser narcisista, eu queria me idolatrar a ponto da minha verdade ser absoluta.

Mas no meio de uma história religiosa, eu seria o anjo de luz, eu cairia dos céus e te traria a minha verdade considerada a maior mentira.

Você acreditaria em mim?

Me deixaria na mão pelo meu erro?

Será que eu poderia ser feliz?

É ilusão.

Foi o futuro que acabou comigo, foi as lidas de filosofia que me fizeram questionar, foi o Mundo de Sofia que me perguntou se alguém está lendo a minha própria história, eu sou uma escrita ruim em mãos amadoras?

Você consegue escrever um bom final pra mim?

Douglas Barbosa
Enviado por Douglas Barbosa em 21/10/2022
Código do texto: T7632646
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