Cavalgada.

Cavalgada.

Há muito cavalguei sem destino, entre galopes, cruzei montanhas, florestas, envolvir-me em batalhas, por um punhado de terra, por riquezas negras...

Vi impérios nascerem e findarem, homens que envelheceram na juventudes, jovens envelhecerem antes de seu tempo, vi a luz se apagar do olhar da vida, vidas se acenderem na escuridão, chorei, sorri, o tempo calou minhas palavras, gritei desesperado no tempo que me foi ofertado, acompanhei meus tropeços, apaguei meus passos sem companhias...

Montando num puro sangue, cruzei desertos sem vidas, vidas desertas sem sentimentos, onde a morte se fazia presente, lado a lado com minha vida morta, que, acreditei ser única...

Cavalguei no silêncio das letras, soando um nome que nunca morrerá em meus lábios, há muito tempo cruzei a barreira do coração, penetrei no vazio de tantas emoções, nesse vago caminho... Encontrei uma rosa.

Perguntei-me:

Como pode nascer uma rosa nesse vazio?

Então, criou-se um vácuo, deixando-me impossibilitado de respirar, jogado ao chão, percebi que a rosa apesar de estar no mesmo ambiente, continuava a desabrochar, em meu último suspiro, segurei um pétala, então, vir-me respirando nos seus braços...

Texto: Cavalgada.

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 07/04/2005

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 20/10/2022
Código do texto: T7631516
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