Olhando para si – outros e outro

Nem sempre estamos dispostos para olharmos para nós mesmos. Parece que vivemos conduzidos por um movimento social de ficarmos antenados para olharmos para outras ações – o outro.

Enxergar o que se encontra diante dos olhos é bem mais fácil, onde o contexto permite fazer divagações, principalmente, quando compartilhadas com outros...

Outros nesse sentido, não é o observado, mas aquele com quem se observa; aquele a quem se deseja comentar e fazer de seus comentários possíveis “verdades” que venham a ganhar gosto ao ouvido dos pensamentos mais medíocres...

São pessoas que deixam de produzir em seus afazeres para brotar sensações desprezíveis, com tratativas de prestatividade, buscando mostrar em um formato humilde, para esconder a arrogância pela materialização de seus atos, para a consumação de seus desejos.

Um cenário que não importa se há valores ou princípios em jogo, mas, a pura necessidade de atropelar os eventos e seus sujeitos para a consumação de seu prazer.

São pessoas que não olham para si, mas, apenas, para aquilo que venha lhe favorecer, independentemente da ética e do respeito que devem ser dados ao outro...

São pessoas fáceis de serem identificadas, pois nem sempre falam com você, geralmente quando precisam de algo. São estrategistas, vivendo quase sempre como se estivessem em um ambiente de guerra, tentando mostrar, muitas vezes, aptidões adquiridas por ouvir dizer, de uma leitura até frágil, mas com o tom de supremacia; obtém-se informações sobre várias coisas, mas se iludem pensando ser conhecimento e sem quererem ser conhecedoras de si mesmas...

Tudo isso ocorre porque não conseguem se enxergar diante do espelho da vida e, quando se esforçam para isso, a visão ainda permanece turva, convergindo para a manutenção de seu ego.

Mas a vida, em toda sua trajetória, permite que as pessoas tenham oportunidades para se voltarem para dentro de si mesmas a fim de reciclar aquilo que foi descartado...

Tratando-se de questões materiais, acho ser bem mais simples os procedimentos para a restauração, principalmente porque muitos produtos materiais possuem essa característica de transformação em outros produtos, às vezes, até melhores, mas partindo de questões afetivas e emocionais que mergulham no âmago da personalidade e do caráter, creio que o caminho seja mais longo...

Mas a esperança nunca morre, senão, não seria esperança.

Espero!

Recife, 19 de outubro de 2022

Luiz Carlos Serpa

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 19/10/2022
Reeditado em 19/10/2022
Código do texto: T7631481
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