Luto
O luto é um processo extremamente solitário e reflexivo. Põe-nos diante de uma questão "insolucionável" e "cumulativa". Traduzir-me-ei: insolucionável pois a morte é inerente ao ser humano e isso nos coloca em xeque com a nossa natureza transgressora no que diz respeito a querer burlar esta condição; cumulativa porque é inegável a rememoração de outros lutos que experimentamos e isso não é masoquismo (pelo menos não é assim que vislumbro) mas talvez uma forma de nos familiarizar com algo doloroso: a perda de alguém que amamos.
Ainda há muito a processar mas seguramente a saudade é a de maior relevância. Não há inconformação: há muito aprendi a aceitar o agir de Deus em todos os momentos de minha vida. Um ciclo que se encerra necessariamente pressupõe outro que se inicia e diante deste "mundo novo" é necessário um pouco de paciência para entender e, por conseguinte, começar a agir.