A Estação da Lapa.
A Estação da Lapa.
Seu tempo não conta as horas deste simples relógio, que, abandonado, tece com a poeira e o fuligem dos ônibus que aqui transitam, os minutos seguintes de cada pessoa prostrada a esperar o próximo. Tantas etnias misturadas em um só corpo, tantos olhares a medir, em medidas, as façanhas dos outros, que, medindo também, tenta decifrar o grau das conversa alheia a seu mundo.
Bancos maus pintados, risos em demasia, lágrimas disfarçando os soluços baixo de alguma tristeza, crianças correndo de um lado para o outro, berros daqueles que sem educação, pede atenção e obediência sem nem sequer saber do que se trata. São riquezas diversas, com suas culturas ambientais, onde cada membro se vale dos ensinamentos do meio em que vive.
Plataforma, Lobato, Vila Rui Barbosa, Ribeira, estas são as linhas neste hemisfério dentre tantos locais contido na Estação da Lapa. Uma senhora esquece um pacote, outra tropeça e cai, ambulantes cedendo seus produtos muitas vezes vencidos, mas, no calor de ir para casa, porque se prender a detalhes, somos trabalhadores, cultivados com comida barata, óleos saturados, o que pode nos acontecer...
O dia, dia, da massa é assim, de ônibus a ônibus, de estação a estação, tentando mostrar-se senhor de um mundo caótico.
Texto: A Estação da Lapa.
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 12/10/2022 16:24 hrs.