MAS, E QUEM DISSE QUE A VIDA É LONGA?
“Renda-se, como eu me rendi
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei
Não se preocupe em entender
Viver ultrapassa qualquer entendimento”
Vida...
Na vida...
Co’a vida...
Veloz... vida
D’aqui a pouco e não mais aqui estaremos
(oh! mas, e quem disse que a vida é longa?)
E par’aonde ela nos transportará?
Sei lá!
Depois de fechado o túmulo de mármore (ond’eu, então, ficarei)
... que me importa saber?
(ou que diferença para mim fará?)
Para longe dela – da vida – estarei?
E quando, em verdade, perto d'ela estive?
O túmulo que tanto me aguarda
Oh! quer saber?
Prefiro acreditar que ali apenas dormirei... para sempre
Mas, e quem disse que acordado alguém [aqui] se acha?
São tantos “ausentes”! ... (praticamente todo mundo!)
Queria alguém (na verdade... todos) viver para sempre
Mas queria para então... fazer o quê?
Bateu-se, pois, teu coração que só mesmo a vida sabe a sua conta
Olhos abertos e ao mesmo tempo fechados...
Que estranho paradoxo!
E não são assim.... de todos?
Engatamos “uma primeira marcha” e não saímos do lugar
Do pé a que parece amar o pedal do freio!
Não deseja, ó minha vida, ser feliz?
E as janelas dos olhos a lembrar as janelas das cadeias
Da vista a acompanhar em suas tristes horas... a liberdade alheia
Quais pássaros cativos em suas gaiolas a observar a alegria
... das livres aves na imensidão do céu
E se alguém abrisse a porta de sua prisão, será que de lá fugiria?
Não tenho tanta certeza!...
Por vezes acomodamo-nos com nossos cárceres
E nos esquecemos que o tempo é breve
Ao que protelamos em achar de vez... a felicidade
Deixando tal tarefa sempre... para "amanhã"!
O que fazemos... na vida?
O que fazemos... com a vida?
O que fazemos... da vida?
O que fazemos... para a vida?
Já te perguntou?
Na vida...
E co’a vida
E... para a vida
Estamos [nela] acordados ou tudo não passa d’um sonho?
Na vida...
E co’a vida...
Às vezes fazemos coisas que [n’ela] tanto arrependemos
Às vezes deixamos de fazer... coisas... que por covardia não fizemos
E, por isso, ainda mais... arrependemos
Mas, o que foi (ou ainda é) pior:
Ter feito do que se arrependeu ou não ter feito nada?
Qual a pior sorte?
Todavia, insistimos em querer ficar [aqui]
Nada do que me dizem sobre o além-tempo eu creio
Principalmente vindo das religiões
Isso mesmo:
Não acredito em nenhuma de suas "sagradas verdades"
E, no entanto, eu tenho certeza de que sou o mais religioso de todos os homens
E por quê?
Simplesmente porque não tenho medo de viver
Somente os que tem medo da vida é que "precisam" de religião
... por que o medo que têm não é tanto da morte, mas, sim de viver
E assim a mente "fabrica" esperanças...
A vida!
Um dia, quem sabe, todos os seus filhos... a amarão!
13/10/2022
IMAGENS: INTERNET
MÚSICA: “ANDANÇA” – BETH CARVALHO
https://www.youtube.com/watch?v=PD2PAYXfThU