Ao Cair da Tarde.
Ao Cair da Tarde.
Ao cair da tarde, sinto-me só, angustiado, tentando esquecer que a perdi, sei que não devia lhe chamar de volta, mas, aqui dentro existe uma briga, entre o costume e a razão.
Acostumei-me a ter alguém, hoje vendo-me sozinho, e, para completar, tenho uma paixão mal resolvida, com sabor de saudade, sinto a falta de afagar seus cabelos, falta dos seus lábios, dos seus olhos, da beleza a qual admirava.
Então, penso em dormir, e, continuo a sentir falta, dos abraços, das suas mãos me acariciando, do seu corpo onde saciava meus desejos, sinto até falta das brigas, da sua zanga, das inúmeras ameaças quando te provocava, falta dos risos e choros.
Tento apagar-te da lembrança, com sentimentos confusos sobre a pessoa apresentada a mim, olho para o céu, a tempestade cresce assustadoramente destruindo uma possível esperança.
E, mais una vez, ao cair da tarde, as lágrimas molham meu rosto, na tentativa vã de lavar minha tristeza que sangra a sua falta.
Texto: Ao Cair da Tarde.
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 27/09/1990 03:45 hrs.