Tenho pensado que o posicionamento político de um indivíduo ganha significância quando reconhecemos que, para a sociedade, o que nos importa é a concretude das ações coletivas do intervir para a melhoria da qualidade de vida do Outro. Há tanto enxergo a juventude como uma muralha, mas sem articulação não há consistência. É preciso ler: ler a ferida (do Outro), ler as raízes adversas da terra, ler a História. Ora, ler tudo isso significa compreender as entrelinhas da fala persuasiva intencial, identificar o fato social que, não raramente, fica implícito. E isso demanda sumersão intelecto-moral. Em outras palavras, isso exige o olhar cuidadoso, o estudo daquilo que se desconhece. Sem a leitura crítica dos elementos que constituem as paisagens sociais do mundo, os desafios refletidos nas vulnerabilidades do Outro apenas se alargarão. Quem sempre esteve diante da fartura tende a pouco ou quase nada compreender a realidade de quem já passou ou passa fome [...].