I-LXVI Jaezes de vida e morte

Nesta noite, ao ganhar o sono,

vi-me em sonhos que se guardam em cômodos.

Doo-me ao paraíso inabitado pelo prazer de nunca o alcançar

e me gabo ao falar: O prazer está no que encontro ao procurar.

Quebrar-me-ia em bilhões

para ensinar a mim o prazer de sentir,

como vós sois do início ao fim.

Faria do mundo evidente e nunca compreendido,

dando ao povo do leste a chance do nada,

e ao norte, constantes dádivas.

Calaria quem fala, por ser eu quem explana mágicas,

por ser eu quem oriunda do nada e por alados se espalha,

afundando a alma de quem a evolução retarda.

Faria do meu gosto o bom gosto e do instinto um constante suplício,

tornando o fim, o único caminho a mim.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 08/10/2022
Reeditado em 29/12/2023
Código do texto: T7623172
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