OLHE PARA O CÉU... E OLHE PARA TI MESMO
“O sentido da vida, é o que você quiser que ele seja.
Nós somos o universo contemplando a si mesmo”
Olhe para o céu
E olhe para ti mesmo
Nunca deixes... de olhar
Somos feitos... de tempo... e espaço
E somos "dinâmcios"
Até quando?
"Quando"!?
Oh! Não deve haver conjunção adverbial mais desesperadora para nós
Mais angustiante que o próprio “se”
Considerando que o “quando” implica... que um dia terminará
Mas, e o que é eterno aqui?
Se a estrada não tem fim?
Certamente que sim
Por que duvidas?
Oh! Já sei:
Em seu caminho o final jamais se avista... (a nenhum olho)
E, por causa disto, acreditamos sê-la infindável!?
Ledo engano!
Veloz seria o tempo ou ele, sei lá, não existe?
E o que se ganha e se perde de verdade... nele?
E acaso nunca em sua vida ficou [tu] seduzido por ele - o tempo?
Ou o mais certo seria dizer que tens dele medo e pavor?!
Olhe para o céu
E olhe para a terra
E olhe sempre... para o mais profundo de ti
O que procuramos aqui... que, em verdade, nunca encontramos?
Deixe o tempo falar e responder com seu silêncio
E, após ouvi-lo, decerto que não mais quererá ouvir palavr’alguma
(das que antes acreditavas que verdadeiras eram!)
Vejo agora no chão um pombo caído (morto)
Percebo-o com total atenção
Toco-o
Sinto-o
Sua superfície fria... e sem peso
Par’aonde lhe foi... sua vida?
Teria “escapado” aquele pássaro a romper as grades do tempo?
Contemplo o nascer d’um novo dia
Teria o anterior dia... morrido?
Para que canto o foi?
O sol a se agonizar no horizonte da estrada
Ressuscitará, talvez?
A terra é cheia de vida!
Da vida a brotar do coração... da própria terra
Da vida a precisar da própria morte para se seguir... viva
E por quê?
Justamente porque, como dizia o filósofo Heráclito:
“Tudo aqui se faz por contraste, da luta dos contrários...”
(o tempo todo)
Todavia, oh! preocupas por demais com sua morte, é fato
E te angustias...
Mas, tal “emoção” mudará alguma coisa?
A morte a nos sugar aos poucos...
Como os buracos negros a atrairem tudo... par’eles
Ao que nada [deles] s'escapará
Sendo, portanto, inútil contr’eles... lutar
Guerra perdida, então?
Não há dúvida!
Olhe para o céu
E olhe para tudo
E, sobretudo, olhe para dentro de ti
Tudo s’esgota... por mais que dure e se sustente
E a grande verdade [de tudo] é que a vida se firma contr’ela própria
Na teoria que tudo no universo se firma contr’ele mesmo
D’um “contra” a se fazer "a favor" dele
Quem pode isto entender?
Parece paradoxal, porém, é real
As estrelas se alimentam no espaço do pão que lhes são dadas:
A “gravidade”
E nós também
Ou alguém acreditaria ser mais forte que a gravidade?
E que saber mais outra verdade?
Estamos em “trabalho de parto” desde o início dos tempos (sem início)
E toda e qualquer “massa cósmica” se transformará... em outra coisa
(Inimaginável)
Seria um “colapso” de tudo?
E não sobrará... nada?
Com certeza, não
Mas, a questão é que vemos a morte com uma “visão errada” do que ela é
E, se é para não deixar ninguém agora desesperado, direi para a todos consolar:
Não seremos sugados pelo "nada"
Considerando que não viemos.. do nada!
E, principalmente, levando-se em conta que o "nada" não existe
"Energia escura", então?
A vida está no núcleo... e também fora dele
Tal como n’uma semente (repleta d'energia)
A se fazer “presente” (sempre)
E no que mais tarde, a partir de sua “morte”, virá
E aqui eu me lembro do que Cristo disse:
"Se o grão de trigo, que cai na terra não morre, ele fica só.
Mas, se morre, produz muito fruto" (Jo 12,24)
Olhe para o céu
E olhe para ti
Não estamos separados dele
E não estamos separados... de nada
E ainda que não saibamos, somos “atraídos” uns pelos outros
Da mesma forma qu’existe uma atração movida pela própria gravidade
Seria o nome desta atração... "amor"?
Quem sabe!?
A vida se faz n’um cenário de possibilidades
Tal como n’um teatro
Mas, por mais que “s’estique” seus atos, haverá um tempo em que
... as cortinas se fecharão
E tudo o que vive finalmente morrerá
Ou se tragará por uma “vital morte”
Será, então, o fim da “entropia”
... e o último capítulo da “sagrada odisseia”?
Ah! sei lá!
Contudo, eu sei que não será o fim da forma que [dele] entendemos
Olhemos para o céu
E olhemos para o “nada”
E não tenhamos medo de olhar... para tudo
E muito menos... para "o tudo"
Ah! Quem dera se estivéssemos com os nossos olhos [sempre]... abertos
(os olhos da alma)!
06/10/2022
IMAGENS: GOOGLE E ACERVO PESSOAL
MÚSICA: “Days Are Numbers” - The Alan Parsons Project
https://www.youtube.com/watch?v=iqdNoWWNhPc