VOTO: UM BEM OU UM MAL DURÁVEL
Acabei de escolher meus candidatos.
Amanhã estarei cumprindo o meu dever cívico.
Sei que minha decisão não me causará decepção.
Considero meu voto um bem durável,
valorizado a cada eleição com juros e correção.
Não me refiro a bem de capital nem de consumo.
É um bem significativo para toda uma coletividade.
Longe de mim a falta de solidariedade,
o egoísmo e o egocentrismo.
Meus candidatos lutam comigo contra as desigualdades.
Certo presidenciável até mudou a Constituição
para liberar dinheiro público destinado,
direta ou indiretamente, ao suborno do seu eleitorado:
caminhoneiros e taxistas por demais privilegiados,
em detrimento dos que mais necessitam de alimento.
Ouvi, hoje, no ônibus em que eu voltava do trabalho:
"Se o governo não me deu dinheiro para votar,
eu seria muito tolo se votasse pra ele continuar !"..,
Ele continuou a conversa com outro viajor, mas chegou
o momento em que se esgotou minha paciência.
E lhe perguntei, meio sem querer perguntar:
"Mas o senhor já escolheu em quem votar?"...
- "Meu senhor, vou votar na minha consciência".
Apertei sua mão com um voto de "parabéns",
enaltecendo aquela resposta com louvor:
"Quem recebeu dinheiro pra votar em alguém,
consuma-o sem compromisso com o doador.
Teu voto é teu, não pertence a mais ninguém,
não é bem de capital, nem de consumo,
nem de barganha na campanha eleitoral".
Se alguém deseja comprar tua consciência,
vende-a, sem no entanto prestigiar esse pretendente
com o teu voto, tua força, teu ato de cidadania.
Votar em quem está comprando voto
(sem decoro e sem cerimônia),
e o eleitor sem ter recebido dinheiro,
lamento dizer:
NÃO É UM ELEITOR, É UM TOLO,
É MAIS UM PÁRIA E ESCRAVIZADO BRASILEIRO.
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P.S.:
Caros leitores e eleitores,
votem com consciência!
votem bem!
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fernandoafreire.net