I-LXV Jaezes de vida e morte
Tempo indomesticável sob céus superestimados,
que diz me ver sem que eu queira saber,
no que me esforço humilha-me por ter que crer.
Crente na igreja que se fecha por não ter o que presta,
vejo por vocês quando não há o que resta,
sob um futuro que nos leva sem trégua.
Apressados, disseram-me ir construir seus lares,
a noite está perfeita, mas temem presságios de maus olhares.
Os disse ser eu o último visto por Deus,
e que nenhum traço de desagrado ouvi sobre o que os envolveu.
Mas crianças são sempre espantadas temendo dias que se acabam,
me pergunto ser esta a razão dos cruéis castigos que as matam.
Partilharia minha mente com quem queira,
se, dado a mim, fosse um corpo que me deleita.
Não sei o que fazer, mas é instintivo querer,
é sofrer por tentar ser, e perder por simplesmente viver.
Fascinado, perco-me na época das poucas coisas que me agradam.