Violência é discurso político legítimo?
Vi, há não muitos dias, em um vídeo, um pensador, desses que pensam, desses que pensam que pensam, a dizer que é a violência, se pública, discurso político autêntico, aceitável. Referia-se o distinto pensador à violência contra uma estátua do Borba Gato, à qual uns vândalos decidiram reduzir às cinzas - trabalho vão. Borba Gato persiste em pé. E não sei quanto tempo antes, o mesmo ilustre pensador considerara de uma violência sem par, ato criminoso, a destruição de uma placa em homenagem à Marielle Franco.
No primeiro caso, que foi cronologicamente o segundo, foi a violência, nas palavras da sumidade intelectual cujo nome aqui não ponho, e aqui não ponho porque não o memorizei, ato político legítimo, manifestação democrática de um povo, que estava a fazer um protesto democrático, com a devida exposição de seu descontentamente com uma versão mentirosa da história nacional. No segundo caso, que foi cronologicamente o primeiro, assim disse o nobre intelectual, a violência foi gratuíta, contra uma personalidade amada e querida pelo povo brasileiro, corajosa lutadora, que entrou na arena política para lutar, contra as injustiças sociais históricas, em defesa das camadas mais fracas e frágeis da sociedade brasileira.