SER NORMAL É SEGUIR “NORMAS”?
“As sociedades modernas se tornaram grandes hospitais
psiquiátricos onde o normal é ser doente”
Creio em algo por que ele “é” ou por que me convenceram que seja?
Nesta vida em que se acredita em tantas coisas...
Nunca, porém, d’antes por nós experimentadas ou sentidas
Cremos em quase tudo... só porque nos foram verbalmente transmitido
E neste “coletivo credo” somos uma “manada crente”... de tudo
Sim, de tudo o qu’em verdade talvez nem seja... nada
Levo comigo os meus externos credos... que não são eu
E vivo apenas... por fora de mim... o tempo inteiro
E sou como uma canoa vazia a me adentrar n’um mar a ser levado pelos ventos
Que consciência própria eu tenho da vida?
Nenhuma, é fato
Já que tudo o que sou na verdade não é meu
E, destarte, eu não sou “eu mesmo”
Sou apenas... mil outros... que moram dentro de mim
Sou suas “crenças” ... suas “convicções” ... suas “ideias” ... suas “opiniões”
Ao que sou, portanto, suas “fés”... seus “juízos”.. suas “morais”
Não, não “sou” dentro de mim por que eu não “existo”
Ao qu’eu sou tudo neste mundo, mas não [e nunca] eu mesmo
E não conheço ninguém que diferente de mim seja
- Em que realmente tu acreditas? - Pergunto para mim
Ao que me respondo:
- Acredito em tudo o que os outros acreditam, ora, pois...
- Mas, por que achas que deve ser assim? – A interrogação prossegue
- Talvez, para poder pela maioria aceito ser, sei lá!
Às vezes eu acho que penso
Contudo, são momentos raros
E tão breves!
As ondas nessas horas derrubam a barca
Estaria [eu] nest'hora em perigo?
Estariam [todos] em pergio?
- E daí? Já estamos [aqui] mortos! - No eles assim respondem
Sigo a imensa procissão das almas perdidas e angustiadas
(embora ninguém tem “consciência” de seu desespero)
E co’elas parto em romaria... pela vida
Par’aonde [todas] vão?
E para quê eu preciso saber
É a “norma” do mundo
Não é para ser questionada ou rebatida
Não temos o direito de contestar nenhuma lei ou “norma”
(isto se alguém quiser [neste mundo] ser “normal”)
Sendo, portanto, proibido fazer... perguntas ou questionamentos
Sigo-as no que elas – as multidões - creem (ou acham que creem)
Mas, não sei se por pena delas...
... ou, quem sabe, de mim... que tenho medo de seguir sozinho!
E aí alguém [sensato] me pergunta:
- Você [ou alguém] sabe par'onde estão todos indo?
E eu respondo:
- E isto importa?
Não esqueceu que ninguem [aqui] tem o direito de fazer perguntas?
Eu sei lá par'onde estamos indo! ...
Quem sabe para "outro" inferno?!
Conclusão:
Não ser igual... aos outros
Fazer diferente
Não seguir a maioria
Abandonar a cega manada
E ser de todos... até mesmo (se não tiver medo) divergente
Oh! quanta coragem!
Quanta ousadia!
Quem coragem, neste mundo... de ser ele mesmo... o teria?
Quem se arrisca ser... “anormal”?
23 de setembro de 2022
IMAGENS: GOOGLE
MÚSICA "MALUCO BELEZA" DE RAUL SEIXAS:
https://www.youtube.com/watch?v=OTFN-zCSLY4