Escolho movimento
Talvez a escolha mais difícil, porém não menos benéfica
seja se adaptar aos movimentos da vida, sim,
sempre digo para mim que a vida tem sua forma de acontecer
para além do meu querer.
E talvez o mais gostoso seja entrar nessa dança, quando a gente se solta e aceita
que as coisas podem muito bem não acontecerem conforme o planejado, o esperado
só que a beleza pode se encontrar aí também, se você usar as lentes certas vai conseguir enxergar.
Quanto adeus eu tive que dizer, quantos finais ou pausas eu tive que pôr e doeu.
Uma voz interna dizia ser necessário, juntamente
com as circunstâncias que mostravam ser preciso.
Escolher se ouvir e se encaminhar para o caminho que sente que precisa
vai trazer finais e começos, sempre.
Hoje, depois de uns belos dias sem conseguir sentir e sim só racionalizar,
novamente fiz um trato comigo onde me permito sentir todas as emoções
que eu tenho para sentir nessa vida.
Me desaguei em mim, jorrei,
onde tudo que estava guardado correu pelos vários cantos
do meu corpo, até que saiu pelos olhos e pelos meus dedos, e se fez em escritas.
Me fiz morada de mim mesma, quanta água-vida jorra disso,
não sou o tipo de pessoa que se fecha para não sentir, isso vai contra minha natureza.
Enquanto ainda estou aqui quero passar pelo mundo com graça vivendo,
sentindo e experenciando tudo o que eu puder,
na medida em que as coisas forem se apresentando no meu caminho.
Intensidade, embora hoje carregando um pouco mais de sensatez do que antes.
Hoje me sinto mais eu por ter voltado mais uma vez para mim,
em um mundo onde não falta gatilhos para nos perdermos o tempo todo.
Tanta coisa acontece nesse encontro.