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A VIDA MORA NA VONTADE

“É a vontade que faz o homem grande ou pequeno”

(Schiller)

 

 

Deleita-se a alma pela “coisa” a qual tanto ama

E pelo qu’em tal grau por ela se afeta, oh! nenhuma outra coisa prefere

E, destarte, a nada mais deseja [com vivo ímpeto] que aquilo

 

Alguém teria poder sobre outro se não ganhasse [dele] a sua “vontade”?

E quem abnegaria da sua “de mão beijada”?

Quem a si mesmo renunciaria para fazer a vontade d’outro com prazer e a

... sentir o sacrifício de assim realizar d’ele uma vontade que não seja a sua?

 

Oh! Negar o “princípio do prazer” é algo praticamente impossível

Ajudar um’alma a fazer o que melhor lhe seja até Cristo tentou

Mas... amamos tanto fazer o que a Vida não gosta!...

Estaria, quem sabe, a vontade “desordenada”?

Ou seria, na verdade... o “entendimento”?

 

Quem considera o que a Vida par’ele quer ao que à Ela se submeteria

... [de boa vontade]?

A vida de cad’um é movida em função de sua vontade... em tudo:

Nas mãos que atuam em todos os movimentos em seus gestos...

Na boca que (quando sincera) fala...

No olhar que mira o que lhe agrada...

Enfim, em tudo... seja na terra ou “n’outro lugar” [em nós]

E, assim, eis a vida a se fazer a partir da vontade que a dirige

 

A vida, então, mora na “vontade”?!

E alguém duvida? 

Eu não posso viver “dentro” de alguém

Não há verdade maior

A não ser que tal pessoa permita

Embora é mais que certo dizer que só você mora dentro de ti

E deste modo repito (e completo):

Eu não posso viver “dentro” de alguém

E ninguém pode viver "dentro" de mim

Oh! quem dera!

Ou seria... "melhor assim"?

 

Às vezes sabemos o que seja melhor para a vida d’alguém

(melhor que ele mesmo)

Sobretudo quando vemos que este alguém está prejudicando a sua

... própria vida

E, nessas horas, queremos (por amor a ele) ... ajudá-lo

Será tarefa fácil?

Na maioria das vezs... decerto que não

 

Pois bem, a questão será:

“E quando alguém recusa ser ajudado?”

Ou, n’outras palavras:

“E quando a pessoa “não quer” ser ajudada... como é que fica?

 

É onde eu quero chegar:

Quando alguém “não quer” uma coisa é inútil forçá-lo

Já que nada se consegue... à força

A não ser que você consiga “conquistar” o entendimento dele

 

Quando alguém não quer uma coisa, não adianta “querer por ele”

E por quê?

Simplesmente porque “quem realmente deseja” não mora dentro dele

(daquele que não quer e nem deseja o que é melhor para ele mesmo)

 

Ao qu’eu diria:

É necessário que a pessoa queira

É inútil querer levantar um morto

Precisará usar um’outra estratégia que não seja... a “força”

 

Da lucidez do entendimento de sua luz... que se apagou

E nem anseia lutar pelo que ela perdeu

E, portanto, não quer recuperá-la

Desistiu de si próprio

Abandonou a luta

(se é que um dia lutou!)

Oh! depois que a alma ao mal se vendeu, como é difícil comprar

... sua carta de alforria!

Contudo, quem sabe, com o tempo...

A esperança ainda está... viva

 

   Post Scriptum:

 

   Acredito que nem todos concordaram com o qu’eu disse, mas um bom exemplo deste texto é muito visto com relação ao trabalho que se faz com “dependentes químicos”, em que seus pais fazem de tudo para tirá-los de seu “amado inferno”.

   E aqui eu deixo as palavras de um viciado a que me disse:

   “Eu prefiro viver num cafofo cheio de ratos e baratas desde que tenha o que eu gosto, a viver num rico castelo em que nele me falta o que eu mais quero”.

 

 

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      09 de setembro de 2022

 

   IMAGEM: GOOGLE

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 09/09/2022
Reeditado em 09/09/2022
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