Certeza

Solta tua pele ao ar e a dor que trás consigo esquece de vez ...

Abastece meu amor e luar, do pouco que és seu...

Ninguém sabe o que passou nem saberá...

Não há nada que não queira que não seja meu...

Eu não sou o fruto nem o galho que se partiu...

Muito mais do que eu sinto é o que não quero mais...

Vivo sempre do que vejo e a certeza que não cala...

Tu és o que preciso e de ti eu fugirei mesmo a te querer...

Não, não posso, eu não vejo o mar e temo cada passo que nem é mais meu...

Cala tua boca, e imagina que a vida já se foi...

Com carinho e certeza que a alegria tu levou...

Essas letras sem sentido um caminho, um refúgio...

Pensamentos afogados em sentenças condenatórias num corpo sem destino...

Uma febre de sentir num calor de congelar...

Eu preciso viver, ou sobreviver, caminhando ao contrário...

Num sentido sem rumo, no vazio do escuro...

Sem amar o que o mundo quer, desejando emergir...

Do opaco da luz, da sentença sem cruz...

Da presença do nada e certeza de tudo...

E deixar um: Quem eu fui?

JCRS
Enviado por JCRS em 07/09/2022
Código do texto: T7600162
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