O MARTELO DE DEUS

O mundo do progresso político e da autossuficiência humana, alinhada às ideologias identitárias, tentam banir a ideia da existência de Deus. O homem submeteu à verdade aos seus caprichos pessoais. Teorias humanistas riscaram de seus mandamentos qualquer possibilidade de um ente absoluto. Relativizou não só à verdade, mas tudo do que dela advém. A figura transcendente deu vazão à imanência da razão.

Mesmo em meio ao mundo que vocifera seu ódio contra Deus, ao ponto de tentar bani-lo da história, deparam com ocorrências desse respectivo mundo, que continua sendo uma escola da forja de Deus, que tudo perscruta. Sistematicamente, Deus forja o mundo que o nega, com seu martelo, amassa o ego e derrama dor no coração da sua criatura. Como dizia C. S. Lewis, “o sofrimento é um grito de Deus para despertar um mundo que adormece.”

Triturar e não torturar o mundo. Ele não se faz carrasco para punir sua criação, mas faz desse mundo caótico um cenário de dor para recuperar a moral humana. O homem rema contra a disciplina, mas a maré é mais forte que sua natureza, devolvendo-o ao fogo que molda seu caráter.

O martelo de Nietzsche propôs esmagar verdades transcendentais. Mas seus golpes foram ínfimos, cujos sons sequer são ouvidos. O martelo de Deus - criador vivo na história dos homens - golpeia profundo a existência do homem, que por meio do seu amor incompreensível, brada no seu coração uma forma de resgata-lo da corrupção. Ele é o ferreiro que da novo acabamento ao ferro bruto e sem forma. Não se pode resistir a dor que produz evolução; essa se faz necessário quando tentamos ignora-la.

Juliano Siqueira
Enviado por Juliano Siqueira em 06/09/2022
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