Divisão de responsabilidade

 

A questão da Amazônia está sendo tratada de maneira errada na mídia e na política.

O governo Bolsonaro não pode ser responsabilizado por toda a destruição na Amazônia. Primeiramente porque isso vem de longe e pelo que consta, houve mais desmatamento no período PT. Não esqueçam que a bem intencionada Marina Silva acabou deixando o governo Lula e saindo do PT. Houve grandes incendios florestais no tempo de João Goulart, com muitas vítimas humanas, no período FHC a devastação prosseguiu, etc.

O outro ponto é que a região amazônica não pertence só ao Brasil, pertence a nove países diferentes: os outros são Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e França. A Guiana Francesa até hoje é colônia, portanto existe a Amazônia Francesa.

Então como é que esse tal de Macron vem implicar com o Brasil se ele tem telhado de vidro? Pelo que se sabe, garimpos ilegais que utilizam mercúrio danificam a floresta amazônica na Guiana Francesa. Antes de mexer com o Brasil o intrometido tem que dar conta da Amazônia Francesa. E até das florestas lá da metrópole. Macron não tem moral para atacar o governo brasileiro. Eu gostei quando a Greta Thunberg, incansável na defesa da natureza, endereçou ao Macron esta frase taxativa: "Assuma as suas responsabilidades".

Bolsonaro tem razão quando lembra que na Europa e nos EUA as florestas foram destruídas, porque foram mesmo. Quantos animais silvestres deixaram de aparecer no continente europeu porque seu "habitat" foi destruído.

Não estou satisfeito com a situação da ecologia no Brasil, estamos a anos-luz de uma boa condição, mas vamos dividir responsabilidades entre as nove nações, que nas outras oito também se destroem florestas, e entre os sucessivos governos e ainda os governos estaduais. E sobretudo, não podemos admitir que governantes de países que destroem o meio ambiente venham dar lições ao Brasil e nos fazer ameaças.

Deveria ser instituida uma organização amazônica internacional com uma coordenação de esforços dos nove países amazônicos.

 

imagem wikipedia