Setembro Amarelo (Mês de Prevenção ao Suicídio)
Por que é tão importante falarmos sobre suicídio? Possivelmente você já ouviu falar de alguém que tentou suicídio ou conseguiu o objetivo de tirar a própria vida. O ser humano experimenta o mundo de diversas formas. Algumas experiências proporcionam a autorrealização, baseada na harmonia e na felicidade. Entretanto, em outras experiências, podem faltar as condições necessárias que possibilitam o crescimento e o desenvolvimento das potencialidades e habilidades. A inexistência dessas condições podem contribuir para uma perda do sentido da vida, para um vazio existencial. Diante do sofrimento e do desespero, a pessoa pode perceber a morte como a solução para seus problemas.
Ao analisar o suicídio e/ou a ideação suicida em alguém, deve-se levar em consideração os fatores culturais e socioeconômicos em que a pessoa está inserida, visando compreendê-la em suas experiências no mundo. A realidade da vida, muitas vezes, pode ser tão frustrante que muitas pessoas se tornam intolerantes à dor, conduzindo-as a optar pela morte e assim, se livrar do sofrimento. A forma inautêntica de viver leva a escolhas existenciais impróprias, a uma vida marcada pelo fracasso, pela baixa autoestima, a infelicidade e a incapacidade de realizações, ou seja, nos levam a fazer aquilo que é incompatível com o nosso verdadeiro Ser. Para que se possa ter um compromisso com a vida é preciso decidir de forma adequada os seus projetos, para que o sentido da vida se alinhe aos seus desejos e sonhos. É preciso responder para si o valor de sua vida. Ao idealizar ou tentar “acabar” com própria vida, pode-se afirmar que a pessoa já não encontra mais valor nela.
A dificuldade de falar sobre suicídio remete ao medo de se deparar com a própria finitude. Diante desse ato, os familiares e amigos de pessoas que tentam ou cometeram podem se sentir culpados por não terem percebido que isso poderia vir a ocorrer, ou por terem ignorado os indícios apresentados pela pessoa, considerando apenas que se tratava de uma forma de “chamar a atenção”. Os sinais de alerta não devem ser ignorados. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está “experimentando” uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, a pessoa em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos. Se está passando por algum problema, se sua dor e sofrimento estão pesando demais, busque ajuda, converse com alguém de sua confiança e procure um psicólogo. Suicídio não é “covardia” e nem “ato de coragem”, os nossos sentimentos, aqueles mais difíceis, devem ser tratados com a mesma importância que damos a outros sintomas físicos. Não desista de você, nunca. Sua vida tem valor e você tem valor diante dela.
E se parecer o fim, invente um novo começo....