Colcha de retalhos
Penso, penso, penso...
Pouco faço com as palavras que surgem em mim...
A vida nos impõe significantes
Que nem sempre iremos compreender
Pois escrever é em suma,
a saída furtiva na busca de si mesmo.
Ahhh... disse eu entendo, ou não...
Vivo nas palavras, das quais não ha significante que lhe deem significado.
Entre pensamentos, desejos, sentimentos
Me percebo perdido num mar de emoções...
Mas quais emoções...
Algo que a palavra, a escrita não consegue sustentar, dar sentido.
Não vejo o início;
Mas também não vejo o fim...
E talvez, assim seja melhor...
Minha mente e meu coração
Produzem algo em mim
E com tudo isso que ainda não consigo dar nome
Vou me cobrindo de mim mesmo...
Flertando com minhas percepções, confortado e aquecido...
Como uma colcha de retalhos.
E dia após dia, vou tecendo essa colcha...
E quem sabe um dia alguém
Precise de uma colcha de retalhos.