Cavalgada
Cavalgada
Há muito cavalguei sem destino, entre galopes, cruzei montanhas e florestas, me envolvi em batalhas, por um punhado de terra, por riquezas negras, por amor.
Vi terras nascerem e morrerem, homens envelhecerem, a luz se apagar do olhar da vida, chorei, sorri, o tempo calou minhas palavras, gritei em silêncio no desespero, acompanhei meus tropeços, apaguei meus passos.
Montado em um árabe puro sangue, cruzei desertos sem vida, vidas desertas sem sentimentos, a morte acompanhou-me lado a lado, ao lado da vida morta que vivia, acreditando ser única...
Cavalguei nas palavras mudas, chamando um nome que nunca morrera em meus lábios, nos tempos o qual cruzei as barreiras do coração, penetrei no vazio das emoções, porém, nesse vago caminho, encontrei uma rosa.
E, perguntei-me:
- Como pode nascer uma rosa nesse vazio?
Então criou-se um vácuo, fiquei impossibilitado de respirar, jogado ao chão, perdi a rosa no mesmo ambiente, mesmo assim, ela desabrochará, em meu último suspiro, segurei uma pétala... Vir-me, respirando em seus braços.
Texto: Cavalgada.
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 05/11/1998
Mexendo no meu passado, aberto em minhas mãos* (Trecho da música de Roberto Carlos), uma caixa com escritas jovens e tão velhas, quanto o tempo pode datar...