A NOBREZA DE CAPTAR A ESSÊNCIA DA VIDA DEPENDE DE VOCÊ
A nobreza da alma, faz muitos enxergarem inexoráveis valores inobservados pela maioria. A sensibilidade inimaginável transcende o ponto infinitesimal de muitos horizontes, que ainda não conseguem descobrir a essência da vida.
Na condição de crítico social, analiso que a sociedade estabelece horário fixo de trabalho, com espaço fixo para o repouso e o lazer. A agenda cultural tornou-se um imperativo. A cidade é pré-estabelecida pelo totalitarismo dos projetismos.
A paisagem não muda de inverno a verão. Não é o espaço em colagem. A contraposição a projetos grandiosos. Um plebiscito pode escolher entre o totalitarismo e o absolutismo, mas a situação é a mesma. Não é a democracia. É o ser dentro de uma paisagem opressiva. Dentro de projetos opressivos. É o projeto vertical-urbano habitado pelo ente ideal. Não pelo ser real.
Real para estes estranhos habitantes da cidade projetada verticalmente para alguns, quer dizer formas geométricas, matematização, mensuração, enumeração, altura, volume, distância, proximidade, efeitos. Normal nesta situação humana é uniformidade, padronização.
O evento cultural mostra-se em espaços reservados, na qual denomino, "buracos de ratos". A cidade vertical, chama estes buracos de "espaços culturais". Em cada "buraco de rato", o artista mostra-se em pequenos shows com malabarismo historicamente ultrapassados para uma plateia de enfermos estéticos. Sobrepaira a ausência das relações humanas e afetivas. O método científico domina tudo, fazendo a diferença dos produtos para depois colocar cada produto diferenciado na prateleira do armazém.
O projeto vertical preexiste com suas crenças, estruturas sociais, instituições, agrupamentos humanos, fenômenos sociais, leis, caracteres físicos, culturais e sociais, mergulhado cada vez mais em pesquisas científicas que confirmam o quadro sociológico, antropológico, psicológico. A multidão anônima não pensa o si mesmo. Todos são absorvidos pela publicidade e propaganda. Pelos modismos, tendências, comportamentos. O indivíduo exila-se em si mesmo. Absorvido pela profissão, não se interessa pelo que acontece consigo mesmo. O dizer de cada instante presente é a inversão de valores, o desprezo ao verdadeiro capital intelectual. Hoje, prevalece o medíocre.
Falacioso, sendo o verdadeiro bloqueador da inteligência humana. Os dignitários honram ao saber de quem pode, e não ao poder de quem sabe. O verdadeiro intelectual é desprezado pela classe Aristocrática, embebida pela sociedade das aparências. Este cotidiano materializado impõe a compreensão a ignorância. A ignorância afirma cálculos e técnicas, sem a metafísica do movimento estético. Com o desenvolvimento científico industrial surgiram as questões sociais. Urbanismo, relações entre o capital e o trabalho, êxodo rural, a poluição.
Como sair desta situação humana? O único caminho, eram os movimentos estéticos. Humanismo, barrroquismo, romantismo, naturalismo, impressionismo, expressionismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo. Mas cada movimento estético dispõe de uma técnica para a realização da obra. A técnica é usada pela lógica que é a compreensão da situação humana dentro da sociedade industrial. Estética com a metafísica. Ao invés disto, os estranhos habitantes para explicar o puro uso da técnica, passaram a usar a linguística, morfologia, sintaxe, estilística.
Sem compreensão que ornamentos, alegorias, eloquência, loquacidade, palavras de realce, não dizem nada. Como podemos dizer que uma obra pertence a um movimento estético, quando quem o faz não participa metafisicamente? De que adianta o diploma concedido por uma universidade, que ensina a pedagogia dos papagaios? O meu clamor é pela valorização do verdadeiro intelectual, pelo resgate do existencialismo é um humanismo de Jean Paul Sartre. Em síntese, o meu clamor é pela união de todos os jovens intelectuais que se encontram subjugados pelos senhores feudais, na condição de míseros vassalos. O intelectual, sendo a verdadeira pedra de feldspato, não pode mais continuar sendo esmagado pela rocha calcária, não tendo a mesma o valor da pedra de feldspato, por ser branca, opaca e sem brilho.