I-LXI Jaezes de vida e morte
Há tanto digo ao escuro:
Perdoe meus reflexos, meus péssimos hábitos,
cada noite sinto-me melhor sendo acuado.
Já levo o tempo para perder-se comigo,
atrasado, atado aos embaraços,
um presente como o passado.
Instinto infeliz que me pune por nada,
fez-se em minha casa, tomou-me a alma.
Temendo jogarem-me fora, vi-me perdendo a honra:
"Os erros não são meus, o mundo não se toca!
Chances nada adiantam se o dia sempre volta."
E tudo soa como piada para que alguns guardem mágoas.
Não que eu sinta o que escrevo ou de tudo me abstenho,
é só vício ludibriar-me por inteiro.