Como sinto ela
É inexplicável a forma de como eu sinto falta dela. Sinto falta de sentar por debaixo das sombras de uma árvore qualquer, colocar o fone nos ouvidos e viajar sem sair do lugar. O mundo já não me importava mais. Era apenas ela e aquela música clichê sobre amor. Afinal, naquele momento ela era o meu mundo. Sinto falta de tudo nela, dos seus jeitos e manias. Aquele sorriso e as risadas bobas que transbordavam dele, elas me faziam ir ao espaço sem sair daquele banco de cimento morto que sempre costumávamos sentar para conversar. Sinto falta do toque de seus dedos sobre os meus. Da química que ia além da ciência. Não era nada biológico ou explicável pelo homem. Só explico porque senti, a única maneira que encontrei de mostrar que estava viva. Sinto falta de cada momento que passei ao lado dela. De cada momento conturbado ou alegre. Chuvoso ou ensolarado. Das brigas que removiam a calmaria e o silencio da madrugada. Dos abraços nos corredores. De cada olhada marcada e da energia que eu sentia quando seus olhos se fixavam aos meus. Sinto ela todos os dias. Do acordar ao último piscar do olho antes de dormir. Sinto cada efeito colateral que a distância têm me causado. Sinto ela. Sinto falta dela
29 de junho de 2021