NO SHOPPING…

-Oi, rapaz! Quanto tempo…

-Olá! (um olhar de boa surpresa, um franzir de testa, incertezas na memória…)

-Lembra de mim, não é? Da gente…?

-(uma expectativa envolvente; uma leitura tensa daquela reticência, uma elevação atraente do semblante, um esboço de sorriso pela lembrança…)

-Ah! Que bom! Fiquei preocupada. Achei que havia esquecido! (Um olhar insinuante e Risos) Voltei a morar aqui, viu? Estou apressada agora… Vou te dar um abraço corrido e pegar seu contato, pois tenho que buscar meu filho no judô, mas, no próximo encontro, quero ter ver mais vezes e com mais tempo para lembrar e sabermos de nós. (Risos) Beijos.

-Tudo bem…

-Adorei te rever. Tchauzinho!

-Tchau!

Talvez ao leitor haja reflexão sobre o que deveras aconteceu. Aos olhos, constatações da ausência de equilíbrio na escrita da interação, a inércia do colocutor, destacando-se a recordação como o fundo das importâncias mais ascendentes. Entretanto, a profusão de ideações avassaladores que permeiam os parênteses abertos no colóquio das inquietações mais instigantes ficaram na visão das velocidades dos ritmos, na intensidade da entrega e na altiloquência propulsora da interlocutora sobre as memórias da narrativa.

Evidentemente, o que restou, além desta simples construção de reavivamento, foi exprimir a vontade e a dificuldade de recompô-la que é exatamente proposicional à inabilidade do autor de inserir seus pensamentos em diálogos…