DIETAS RADICAIS

Há algumas coisas que me tiram do sério. Por exemplo: pão sem glúten, leite sem lactose, café sem cafeína...e por aí vai. E, além disso, esses produtos são muito mais caros. Fico pensando...que vida é essa cheia de privações autoimpostas com o intuito de emagrecer ou viver mais? Ninguém sabe se vai viver mais eliminando esses elementos de suas vidas. Será que é possível prolongar a vida e  vale a pena eliminar todo prazer? Viver é enfrentar o imponderável a cada segundo.

Que alegria é compartilhar com pessoas queridas, familiares, amigos, uma refeição gostosa. Que prazer se extrai de uma refeição só de folhas e cereais? Será que a obsessão de hoje por saúde e forma física não é exagerada? Coloque na mesa um cheiroso bolo de laranja, daqueles de brilhar os olhos e juntar água na boca, um pudim de leite condensado, pão fresquinho, geleias, um queijo de qualidade, um café com cafeína e veja se a conversa não fica animada. Claro que devemos ter moderação, nada de excesso de sal, de açúcar, carboidratos, frituras. Procuro praticar isso em minha casa.

Acho muito chato conviver com pessoas que quase não comem e ficam o tempo todo gabando-se disso com ar de superioridade. Eu gosto de cozinhar e dou preferência a alimentos saudáveis mas não caio nessa de vegetarianismo ou veganismo (esta última, então, chamo de dieta Taleban). O que sobra para o vegano comer? Quase nada. Também não gosto de cozinhar para estes indivíduos.

Outro dia convidei uma amiga vegetariana para almoçar comigo em um restaurante. Ao chegar, ela rodeou o buffet e voltou dizendo:

- Aqui não há nada que eu possa comer!

Fiquei pasma. Gosto muito daquele restaurante, pela variedade dos pratos e também pela qualidade. Há comida para todos os gostos, entre saladas, carnes, massas, legumes cozidos, queijos, e muito mais. Fiquei muito aborrecida. Ela colocou um punhadinho de folhas no prato, uns poucos legumes cozidos e foi só. E ainda disse que não gosta de comer folhas em restaurante porque são mal lavadas. Até a conversa ficou anêmica. Não vou convidá-la novamente. Vou escolher alguém que tenha uma relação mais amistosa com a comida. Tenho certeza que a companhia vai ser boa e a conversa agradável e proveitosa.

Agora sei porque aquela amiga é mal-humorada, negativa e meio depressiva. Como pode alguém triste e com fome ser feliz?