#lucindanelremar E O OUTRO DIA?...

Alvorada

sol subindo aos céus

terra cheia de luz, mas

minhas ruas descalças

sem calçadas, chão pisado

perco-me em labirintos

desenhados nas esquinas

em que nunca encontro almas vivas ...

Onde a rua inicia, a estrada

caminha?

Os caminhos se fecham

A tarde se aproxima...

Logo mais, vejo ao longe, o

Por do sol

atrás daquela nuvem...

 

O sol desliza, se esconde

e as ruas cheias de sombras

pés descalços, feridos, em ruas de

pedregulhos

solavanca a vida para frente

com gosto de dor que não passa

eu me perdi nos olhos das crianças

famintas, pedindo socorro e vida...

 

Olho para o horizonte

Sol vermelho de vergonha se esmaece

e se compadece pedindo perdão

e lança seu último raio para que a noite

desça e os olhos dos inocentes das ruas

se fechem e amanhã acorde em sonho

com uma lauta mesa de pão seco e um

belo copo dágua...

(10/08/2015)

Raimunda Lucinda Martins (Nelremar)