A beleza eterna
Muitos têm procurado por um superficial padrão de beleza. Um corpo torneado, bronzeado, sarado. O cuidado com o corpo é uma necessidade, claro. Mas idealizações tão rígidas e restritivas não deveriam fazer parte do significado do belo. Porque a beleza é bem mais do que músculos que o tempo deixará fraco ou mais do que uma pele brilhante que o tempo fará enrugar. Quando nos prendemos à superficialidade do que é considerado belo, frustramo-nos quando descobrimos que além de superficial, é efêmero.
“Os corpos bonitos nunca serão bonitos para sempre. As almas bonitas serão” (Arthur Diogo)
Repito. O autocuidado é uma necessidade. Precisamos olhar no espelho e nos sentir bem quando encontramos nele o nosso reflexo. E precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para que conquistemos essa imagem. O problema surge quando, para atender a expectativas (nossas ou de outros) tão irreais e idealizadas, adotamos posturas e atitudes que apenas nos prejudicam e só nos fazem perceber o quão distante estamos daqueles objetivos inalcançáveis.
Mas o cuidado com o corpo não é tudo. Porque há muitos modelos por aí que carregam em seus corpos ornamentais almas vazias de significado, de essência, de beleza. A questão aqui é que o corpo, a nossa materialidade, com o tempo se deteriora, encurva, enruga. Mas a nossa alma, a nossa parte essencial, aquilo dentro de nós que nos faz ser quem somos e tocar as pessoas como as tocamos, é algo que o tempo não destrói, pelo contrário, pode tornar cada vez mais belo, cada vez mais atrativo, cada vez mais admirável. O amadurecimento interior pode nos garantir um adjetivo ainda mais poderoso do que “bonito”. Se formos donos de uma alma irresistível seremos considerados “sábios”.
Só que estamos preocupados demais com algo que não venceremos. Queremos ter, para sempre, a beleza da juventude. Queremos o corpo dos sonhos. O cabelo das revistas. O sorriso das novelas. Coisas que são sim importantes, mas que um dia, por mais que tentemos evitar, sofrerão pelo impacto dos anos. Mas enquanto adiamos o nosso envelhecer que, inevitavelmente, chegará, simplesmente desistimos do nosso amadurecer e, sendo donos de corpos que reluzem, acabamos proprietários de almas mortas.
Quero repetir mais uma vez que é nosso direito nos sentirmos bonitos e fazermos o possível para isso. Pessoas que se sentem bem com a própria imagem tem uma saúde emocional mais tranquila. Mas precisamos nos questionar: essa imagem que cobiçamos como a ideal, é realmente nossa? É uma possibilidade para nós? Ou será que estamos nos deixando levar por propagandas que vendem a beleza como um produto qualquer que encontramos nas prateleiras do supermercado? Qual é a sua beleza? Atente-se a isso. Mas não deixe de procurar embelezar a sua alma, aprimorar sua essência, desenvolver-se internamente. Seja bonito por fora. Mas seja maravilhoso por dentro. Que a beleza do seu sorriso reflita a nobreza do seu coração. Uma nobreza que o tempo só valoriza!
(Texto de @Amilton.Jnior)