A Neve Virá

Sumam com tudo isso!

Essas vísceras expostas me dão asco.

Como podem viver de tal forma?

Como podem se esquecer do que fazem-tes viver?

Abrigada não tem pudor,

Apenas fornificam seus sangues, deixando nada para os famintos.

Dancem em meios aos mortos,

Juras ritualísticas lhe darão segurança quando todos sumirem.

Todos algum dia o farão, mesmo que a solidão não agracie em vida, ela os devorará ainda defuntos.

Sórdidos silêncios me abraçam e envolvem em suas reminiscências.

Uma tristeza cálida.

Tão suave; sinto a neve vir.